Consort to the King of Rock:
The Pretty in Sofia Coppola’s “Priscilla"
Once upon a time, there was the King of Rock and only his match: the Queen Consort.
Like it or not, there is no queen consort without the king, and vice versa. She can be a fleeting shadow in his light or seek prominence through femininity, style, inspiration, and meaningful actions, but the reins of the kingdom will never be hers. She may become a memorable and iconic figure, but her life will always be a melody composed by the chords of the king and his realm.
The film Priscilla (2023) – directed by Sofia Coppola – portrays the relationship between Priscilla and Elvis Presley through the perspective of the rock maiden, evoking the imagery of a royal court, where the queen consort emerges as the protagonist of an arranged marriage. In this portrayal, she is tasked with performing her role, upholding decorum, while exuding a striking personality through her distinctive style. Her look – massive false lashes, an imposing bouffant, jet-black hair, and bold makeup – seems sculpted to match the grandeur of her passion for Elvis Presley, striving not to be overshadowed by him and his dazzling, expansive universe.
The parallel with Coppola’s Marie Antoinette is unmistakable, though here, the king is a star whose light blinds all who come near.
No one is free from flaws, and while Priscilla Presley is often described as a porcelain doll, only Elvis could discern whether that porcelain was pure or mixed with other elements. The aesthetic contemplation and emotional silence reveal only fragments of their essence, leaving the full fragrance of their story concealed.
With Cailee Spaeny delivering a delicate yet commanding performance in the lead role, Sofia Coppola crafts a tender but sharp observation of the often suffocating collision between first love and fame.
Priscilla appears as a fashion project, shaped into a mannequin for Elvis’s storefront, a role in which she succeeded. The glitz of the spotlight contrasts starkly with the fractures behind the scenes of this glass castle, exposing the loneliness that haunts even the most celebrated king. Beneath the adoration, his heart may have been left abandoned in the gutter.
To judge either Priscilla or Elvis is to overlook the sensitivity the film brings to the surface. Outwardly extravagant but inwardly solitary, she echoes Coppola’s vision of Marie Antoinette once again, underscoring how fame and royalty are often barren seas cloaked in frivolity. While one queen lost her head, the other lost parts of herself – consumed by passion, fascination, and awe.
In the end, this queen consort chose exile, abdicating her role during the rock king’s most turbulent moments. His radiance was too blinding for a youthful pop ballad named… Priscilla.
Versão do Post em PT (Brasil) ⤵️
Consorte do Rei do Rock: A Beleza em “Priscilla” de Sofia Coppola
Era Uma Vez o Rei do Rock e apenas seu par; a Rainha Consorte.
Doa a quem doer, não há rainha consorte sem o rei e vice-versa; ela pode ser apenas uma figura fugaz nas sombras dele ou buscar destaque através de feminilidade, estilo, inspiração e ações sólidas, mas o controle do reino jamais será seu. Ela pode se tornar uma figura marcante e inesquecível, mas sua vida sempre será uma canção composta pelos acordes do rei e seu reino.
O filme "Priscilla" (2023) — dirigido por Sofia Coppola — retrata o relacionamento de Priscilla e Elvis Presley pela ótica da donzela do rock, evocando a imagem de uma corte, onde a figura da rainha consorte emerge como protagonista de um casamento arranjado. Nessa representação, ela é incumbida de performar devido ao seu status, mantendo uma conduta apropriada enquanto exibe uma personalidade marcante através de um estilo singular. Seu visual, composto por cílios postiços enormes, um topete imponente, cabelo de ébano e maquiagem intensa, parece uma obra moldada para corresponder à grandeza de sua paixão, Elvis Presley, tentando não ser ofuscada por ele e seu universo chamativo e vasto.
A semelhança com o retrato de Maria Antonieta, dirigido pela mesma cineasta, é inegável, embora aqui o rei seja uma estrela de brilho estonteante.
Ninguém é isento de falhas, e se Priscilla Presley é descrita como uma boneca de porcelana, apenas Elvis poderia discernir se essa porcelana era pura ou misturada a outros elementos. A contemplação estética e o silêncio das emoções revelam apenas uma parcela da essência do casal, deixando oculto o aroma completo de sua história.
Com a habilidosa performance de Cailee Spaeny no papel principal, Sofia Coppola oferece uma observação meiga, porém astuta, sobre a colisão muitas vezes sufocante entre o primeiro amor e a fama.
Priscilla parece ter sido um projeto de moda para se tornar a manequim na vitrine de Elvis, e nisso ela obteve sucesso. O glamour dos holofotes contrasta com a quebra dos bastidores desse castelo de vidro, revelando a solidão que permeia a fama de um rei, mesmo diante de toda a adulação pública. No âmago, seu coração possivelmente se encontrava abandonado na sarjeta.
Julgar Priscilla ou Elvis é ignorar a sensibilidade que o filme traz à tona. Solitária por dentro e extravagante por fora, ela mais uma vez ecoa o destino de Maria Antonieta de Coppola, evidenciando que fama e realeza são um mar vazio coberto por frivolidades. Enquanto uma foi decapitada, a outra perdeu um pouco de si mesma por paixão, deslumbramento e fascínio.
No final das contas, essa rainha consorte optou por exílio, abdicando de seu dever nos momentos mais turbulentos do rei do rock, cujo fulgor era demasiado intenso para uma balada pop juvenil chamada… Priscilla.
